IA nas redações: eficiência ou o fim da criatividade?
Profissionais da comunicação estão diante de um dilema: adaptar-se a essas tecnologias ou resistir a uma possível desumanização do fazer jornalístico
A inteligência artificial já é uma realidade nas redações do mundo inteiro. Ferramentas como ChatGPT, Gemini e outras soluções de IA generativa estão sendo utilizadas para sugerir pautas, redigir esboços de textos, traduzir conteúdo e até criar manchetes otimizadas para SEO.
Mas, até onde isso é um ganho de eficiência e produtividade? E onde começa a substituição da reflexão humana pelo automatismo algorítmico? Profissionais da comunicação estão diante de um dilema: adaptar-se a essas tecnologias ou resistir a uma possível desumanização do fazer jornalístico.
Em um artigo que escrevi, publicado no Observatório da Comunicação Institucional, comentei sobre o ofício jornalístico atrelado à tecnologia.
“O grande pilar do jornalismo sempre foi, e sempre será, informar sobre qualquer tema, da forma mais adequada possível e, para isso, precisamos empregar as ferramentas mais utilizadas pelos jornalistas desde os primórdios: a mente e as mãos.
A tecnologia veio para ajudar neste processo, mas, o pensar sobre o que falar e como obter os dados necessários para escrever é um dos principais elementos do bom Jornalismo. Mesmo com os adventos tecnológicos, a caneta e o bloquinho de anotações, ou um caderno, ainda são os principais aliados dos jornalistas. E não podemos esquecer disso!”
Em meus artigos no LinkedIn e na minha news, Filhos da Pauta, sempre abordo a importância de termos como principais ferramentas a mente e as mãos — que ainda precisam ser muito utilizadas. Contudo, o inevitável avanço tecnológico tem aperfeiçoado estes essenciais instrumentos jornalísticos e não há como fugir da atual realidade em que as matérias também são pautadas por hashtags, Copywriting e engajamento em redes sociais.
Mais do que nunca, é preciso refletir sobre os limites éticos da IA, a transparência no uso dessas ferramentas e o papel do jornalista como curador e analista da realidade, não apenas como produtor de conteúdo.